quarta-feira, 29 de julho de 2009

VI Seminário de Institutos, Escolas e Colégios de Aplicação das Universidades Brasileiras - SICEA

Coordenação


Tema:
Educar nas Diferenças: Contribuições dos Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação para a Superação das Desigualdades – Ensino, Pesquisa, Extensão e Formação de Professores.

Local do Evento:
Escola de Aplicação da UFPA - Belém/PA
Objetivos do Evento:
1- Propiciar a socialização de experiências pedagógicas, envolvendo ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas nos CAP´s brasileiros;


2- Reiterar e expandir as questões defendidas nos SICEA´s realizados nos anos anteriores, ratificando os princípios da Carta de Uberlândia, descritos abaixo:


- Valorização da carreira docente que atenda as necessidades e características dos Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação enquanto espaços de ensino, pesquisa, extensão e cultura;
- Recomposição e ampliação dos quadros de docentes e técnicos administrativos;
- Fomento às atividades de ensino, pesquisa, extensão e cultura;
- Dotação orçamentária específica, via Universidades.
- Expansão do número de Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação nas Universidades Públicas Brasileiras;
-Considerar os Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação na elaboração e implementação de políticas educacionais;
-Estabelecimento de um canal de comunicação permanente com as instâncias governamentais.
-A reafirmação dos CAps como referência na formação de professores em todo o país.


Contato:
- Email: estagioea@ufpa.br
- Fones:
(91) 3201-6900 (Direção)
(91) 3201-6927 (Coordenação de Estágios – Profa. Júnia Vasconcelos)
(91) 3201-6911 (Coordenação de Pesquisa e Extensão – Prof. Mário Benjamim)

Maiores informações: http://www.visicea.com.br/index.php













Está gripado? Vale a pena seguir estes conselhos

Coordenação

Nestes tempos de gripe diferentes, divulgamos material informativo. Saúde e Consciência para todos.


Etiqueta respiratória - etiqueta da tosse

Coordenação

Nestes tempos de gripe diferentes, divulgamos material informativo. Saúde e Consciência para todos.




domingo, 19 de julho de 2009

Algumas linhas para lembrar tantas histórias: 48 anos do Colégio de Aplicação - UFSC


José Carlos da Silveira [1]

A criação de uma instituição de ensino situa-se num determinado contexto histórico-político-cultural , vinculado a necessidade de ampliação do universo cultural de uma dada sociedade. As novas demandas que surgem na esfera do conhecimento, tem na instituição escolar campo fértil para o debate e proposição de encaminhamentos.

De acordo com Milton Santos (1996, p.51) o espaço geográfico é formado por um sistema indissociável de objetos e de ações . Os objetos geográficos, desta forma, podem ser compreendidos como tudo o que foi criado pela ação humana, como por exemplo, uma instituição escolar que, por sua vez, situa-se num contexto de ações produzidos pelos homens num dado momento histórico.

Assim em 17 de julho de 1961, pela Portaria 673, da Diretoria do Ensino Secundário do Ministério da Educação, foi criado o Colégio de Aplicação, da recém fundada Universidade Federal de Santa Catarina (1960).

A criação dessa instituição veio atender a necessidade daquele momento histórico, da formação do professor catarinense:

A necessidade de um lugar específico para ministrar aulas era decorrente de legislação federal que, por determinação do Decreto-Lei nº 9.053, de 12 de março de 1946, responsabilizava as Faculdades de Filosofia pela criação de local específico para a atuação prática dos alunos do curso de Didática, espaço este denominado, por força de legislação, de Ginásio de Aplicação. Embora vigente desde 1946, somente com a institucionalização dos cursos de Didática e Pedagogia, em 1960, é que se viu a Faculdade obrigada efetivamente a cumprir este determinante legal (SILVEIRA, 2004, pg. 133-134).

Ao completar 48 anos de existência, novos elementos foram agregados ao processo de formação da instituição escolar no campo do ensino, pesquisa e extensão. O espaço da prática de ensino, no entanto, garante, desde a sua fundação, forte compromisso com a formação do professor. Além das licenciaturas, outros campos do conhecimento também tem no Colégio de Aplicação as condições para a formação de seus profissionais.


Fontes:
1- SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
2- SILVEIRA, José Carlos da. Gênese do ensino superior de geografia em Santa Catarina : da faculdade de filosofia à universidade federal (1951-1962) - ensino e pesquisa na dinâmica de modernização estadual. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
3- COLÉGIO DE APLICAÇÃO. http://www.ca.ufsc.br/


[1] Professor de Geografia do Colégio de Aplicação

domingo, 12 de julho de 2009

Villa-Boa de Goiaz

Tânia Mara Cassel Trott [1]
Longe do Rio Vermelho.
Fora da Serra Dourada.
Distante desta cidade,
Não sou nada, minha gente.
Cora Coralina

Há tempos que queria conhecer a terra de Cora Coralina, que brinca com seu pseudônimo: Cora de coragem e Coralina de coral, da cor vermelha, fogo, paixão, arrebol. Cidade do meio-oeste do Estado de Goiás, onde a Serra Dourada é sua fortaleza e o Rio Araguaia corre logo ali.
Saímos cedo do Distrito Federal, meu marido e eu, num sábado ensolarado e ar friozinho. Pés na Estrada: curvas, lavouras, pessoas, cidades... Chegamos. Por onde entrar? Onde é o Centro Histórico? Ora. A cidade toda é conservada historicamente, as pessoas que ali vivem orgulham-se disso e fazem questão de relatar o seu cotidiano, contam sobre seus antepassados, quase sempre tidos como heróis, suas festas, suas crenças, seus desejos para si e seu lugar.
Andamos quase dois dias pela cidade: praças, músicas, becos, artistas, a Casa Velha da Ponte, sinos, a festa do Divino, o pôr do sol, o silêncio do Rio Vermelho.
Mas havia uma interrogação: como surgiu uma cidade dessas, num lugar tão distante para a época em que os meios eram precários?
Fiquei em Goiânia, a moderna capital, às 16 horas de domingo, impaciente, intrigada e só. Queria uma resposta e a encontrei na livraria mais próxima:
A cidade de Goiás, antiga Villa-Boa de Goiaz, que até o ano de 1933 ostentou a condição de capital do Estado, surgiu das povoações fundadas, em 1726, pelo explorador paulista Bartolomeu Bueno.
Nascida em decorrência do ciclo do ouro, a cidade atingiu o seu auge durante o século XVIII.
A partir desse período, o seu núcleo central foi assumindo aparência arquitetônica própria, que ainda hoje conserva, num estilo colonial condizente com as condições da região.
Encravada às margens do Rio Vermelho, num vale cercado por colinas, impossibilitada fisicamente de expandir-se, a cidade acabou por assumir um ar romântico imposto por contingências históricas e por força de sua situação geográfica.
Privilegiada no sentido de colocar as pessoas em contato permanente com os elementos da natureza, esse aspecto foi acentuado por seus riachos cristalinos e sua vegetação peculiar, suas ruas sinuosas e irregulares, suas ladeiras pedregosas, seus tortuosos e misteriosos becos, seus muros de pedra. Esses mesmos muros que alimentaram as lendas sobre os escravos que os construíram e sobre a existência de tesouros em pepita e ouro em pó, escondidos em suas fendas. Lendas que provocam a imaginação das crianças, juntamente com os outros casos que os mais velhos lhes contavam ao cair da noite, revivendo as tradições, tanto da África quanto de nossos aborígenes. O “contar casos” se constituiu numa tradição familiar que Cora Coralina faz reviver em sua obra. Em seus poemas encontramos o estilo oral desses “casos”, sem invencionices literárias, com simplicidade que caracteriza sua obra poética.
A poesia de Cora é um elo de permanência da tradição que vem dos tempos passados em busca da afirmação de uma brasilidade futura, conforme palavras da própria autora: “Geração ponte, eu fui, posso contar”.

In: Vintém de Cobre, meias confissões de Aninha

Amigos do Pés na Estrada, viajar é conhecimento, vivência e sempre tem aquele gostinho de “quero voltar”. Até.












[1] Professora de Língua Portuguesa - Colégio de Aplicação/UFSC