domingo, 3 de agosto de 2008

Atividade de Leitura: "Por um Pedaço de Terra", de Renato Tapajós

Por Tânia Maria Cassel Trott [1]
Uma resenha de um livro é uma forma de escrita persuasiva, uma oportunidade de emitir sua opinião ou sentimento a respeito do livro que tenha lido. Isto pode ser feito de uma forma curta, com um parágrafo apenas, ou em um texto mais longo. Seu primeiro passo para escrever uma resenha de livro é ler com atenção e refletir sobre seu livro. Também é uma boa idéia enquanto estiver lendo fazer anotações para depois lembrar com mais facilidade dos pontos importantes a abordar. A seguir, decida quais pontos vai abordar, por exemplo: o enredo, personagens, cenário, trama ou tema da história e outros elementos da narrativa. Então escreva uma sentença curta e esquemática que sintetize o conteúdo a abordar de cada ponto (cada um será um parágrafo). Esta será a estrutura básica de cada parágrafo. Esteja certo de citar explicitamente o título do livro e o nome do autor em alguma parte de sua resenha. Encerre a resenha com sua opinião, fazendo comentários e críticas sobre o livro, e se recomenda ou não sua leitura a outras pessoas.
Inserir também no seu texto, paralelo entre a leitura realizada (ficção) e a experiência vivida (viagem a Fraiburgo):
- O que observaram?
- O que há de semelhante ou diferente?
- Como são os personagens de uma e outra situação?
- Como Júlio ou vocês reconhecem o espaço urbano e o espaço rural?
- Como foi a experiência para sua vida pessoal?

[1] Professora de Língua Portuguesa do Colégio de Aplicação - UFSC.

Novas experiências, um novo olhar
Lucas Selezio de Souza [2]

As diferentes formas de pensar e agir tornam a sociedade um lugar para se discutir. O livro “Por um pedaço de terra” de Renato Tapajós mostra isso.
A obra literária conta a história de Júlio. Ele é um adolescente que curte rock, gosta de sair com os amigos, é bem normal. Sua vida muda quando surge uma proposta de emprego.
Como precisava de dinheiro para comprar algumas coisas, não dispensou. O trabalho também era uma grande oportunidade para crescer profissionalmente. Ele era fotógrafo e o emprego era trabalhar em sua área para uma revista. A revista do MST.
Talvez, à primeira vista isso pode ter parecido estranho. Para mim, também foi. Não vou dizer que estava com vontade de ir para Fraiburgo, fui por chantagem. Mas hoje, tenho o mesmo pensamento que Júio: as coisas são diferentes.
Com o crescimento no trabalho, Júlio é convidado para ir ao sul do Pará, onde participava de uma passeata. Ele só iria para tirar as fotos. O que sabia fazer muito bem. O que não sabia, era que sua vida iria mudar a partir de agora.
Houve muita confusão. Muitos mortos. Muitos feridos. Júlio se viu em uma floresta, no sul do Pará, no meio do nada. Só ele havia tirado as fotos do massacre, que futuramente o faria famoso.
A realidade em um assentamento é diferente, mas ao mesmo tempo interessante. Quantas diferenças em relação a cidade! É realmente uma experiência que marca. Que nos faz dar mais valor a nossa vida. Que nos mostra como é difícil. As pessoas esperam anos até a terra ser realmente sua. Quando as famílias são assentadas é aí que a luta verdadeiramente começa.
Agora, Júlio estava em um dos momentos mais difíceis de sua vida. Tudo passava pela sua cabeça, inclusive sua história. Aquela que ele havia deixado em São Paulo, sua terra.
No fim, tudo ocorre bem. E quando li essa parte do livro, fiquei bem intrigado...A mídia brasileira critica tanto o MST, e naquela hora todas as atenções estavam voltada para um acontecimento que tinha acabado com dezenas de sem-terra.
Não achei muito conveniente, por parte do autor, colocar Júlio no centro das atenções. Ele ficou aborrecido por ser isso. Vi que a imagem dele havia mudado. Que a imagem que tinha era a que todos viam, não a que ele era.
Gostei do final: ele percebeu que era diferente. Que não podia ficar com Marcela ou com Rosa, mas sim com Bia, que estava na sua mesma realidade. Percebeu que o medo que o cercava havia sumido, que agora teria coragem de enfrentar as coisas sozinho.
Me vi na pele de Júlio. Pude ver a verdadeira realidade do MST. Pude fazer amizades. Pude aprender coisas que nunca imaginei. Que são pessoas iguais a nós. Que compartilham de uma luta, e só querem ter um futuro melhor. Mais justo.
A leitura me deu uma breve introdução de como poderia ser Fraiburgo. Era bem diferente do que eu pensava. A viagem e o livro me transmitiram uma importante mensagem: aceitar as pessoas como são. Não pelo que têm, mas pelo que são realmente. Mudando as pessoas, mudaremos o mundo. Talvez assim faremos um futuro melhor, mais digno.

[2] Aluno da 8ª série B, 2008, do Colégio de Aplicação- UFSC.



Avaliando aspectos
Por Cristiane C.Ventura [3]

A história do Livro “Por um pedaço de terra” de Renato Tapajós se passa ora em São Paulo, ora no sul do Pará...enfim, em diferentes lugares.
O autor fez um bom uso dos recursos para criar esta narrativa. Um bom exemplo é o suspense...Ele soube usar esse elemento na medida certa, nem em poucas partes, mas também não de um modo exagerado.
A estrutura que Renato escolheu para esta história, não foi linear, ou seja, relatando acontecimentos ora no presente, ora no passado.
Outro elemento que foi bastante usufruído, foi o número de personagens.
A narrativa deste livro gira em torno de Júlio (o personagem principal). Júlio é um adolescente de classe média, que mora em São Paulo com seus pais.
No decorrer da história ele consegue um emprego de fotógrafo para poder comprar: uma bicicleta, um pedal para sua guitarra e um laboratório para revelar suas próprias fotos.
Com esse emprego ele acaba se envolvendo em um perigoso conflito do Movimento Sem Terra (MST), no sul do Pará, em meio a floresta amazônica. Através deste conflito
Júlio vive momentos tensos e emocionantes, onde sua própria vida está em jogo.
Eu, particularmente gostei do livro, não só pela trama, mas também pelo conteúdo que ele possui sobre a organização de acampamentos e assentamentos do MST. Confesso que jamais imaginei que houvesse tamanha organização, pois o que a mídia nos transmite é justamente o oposto.
Também tive a oportunidade de constatar isso através da viagem que nós, as oitavas séries, do Colégio de Aplicação, realizamos no dia 5 de junho para Fraiburgo.
Lá vimos que as pessoas que lá habitam possuem tecnologia; educação; que cada família tem seu espaço para plantar...Enfim...Uma infinidade de coisas que a mídia, por algum motivo, faz questão de distorcer ou omitir.
Admito que antes da viagem, tinha uma opinião equivocada sobre os assentamentos, pois, assim como todas as outras pessoas da cidade, sou influenciada fortemente pela mídia.
Bem, concluo que aprendi muito, tanto com a viagem quanto com o livro. Ambas foram experiências divertidas e valiosas.

[3] Aluna da 8ª série C, 2008, do Colégio de Aplicação- UFSC.


O campo e a cidade
Por Anayara S. Rovaris [4]


O livro que lemos este mês foi o livro Por um Pedaço de Terra de Renato Tapajós. O livro trata da história do menino paulista, Júlio, de dezessete anos, que adora fotografar, e que não tem, muito dinheiro porém vive bem. Com a ajuda de seu pai, Júlio consegue um emprego como fotógrafo em uma revista do MST e vai vivenciar a realidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A partir disso ele acaba participando de passeatas, e manifestações no Pará e na floresta Amazônica.
Com essa experiência que Júlio passa, ele acaba tendo uma outra visão, sobre a realidade do movimento. E vê como ocorrem os conflitos, como é a organização, e o porque da luta do MST pela reforma agrária.
Essa vivência que Júlio teve é muito semelhante com a experiência que tivemos lá no assentamento União da Vitória, em Fraiburgo, porque nós saímos de um meio urbano para ir á um meio rural, de onde nos foram passadas muitas informações diferentes do que foi dito pela mídia e que com o que foi dito pelos professores nos dá um paralelo.
A partir desta visita tivemos uma compreensão muito maior sobre a problemática da posse da terra no Brasil.
E acho que foi o que Júlio também percebeu, porque para nós que não vivenciamos e somente recebemos informações de um lado, é muito complicado, pois são cotidianos diferentes. Muitas vezes questionamos sem ter um conhecimento geral, sem saber o que os dois lados dizem.
Por esses motivos é que eu achei muito interessante essa leitura, porque dá uma visão geral, Júlio teve as duas informações, aprendeu com tudo o que vivenciou e de certa forma foi o que aconteceu conosco.
Tanto a experiência da leitura, quanto a viagem me deram outra compreensão do que realmente acontece em nosso país.
Nós do meio urbano, temos a tendência de não darmos muito valor ao que possuímos, e lá não, tudo o que possuem é muitas vezes conseguido com muito esforço e sacrifício. Aquela terra é muito valorizada, e eu acho que isso é muito importante porque o que nós não lutamos, outros lutaram.
Eu indico essa leitura e espero que as pessoas que lerem este livro possam tirar uma mensagem para a vida, assim como eu tirei.

[4] Aluna da 8ª série A, 2008, do Colégio de Aplicação- UFSC.


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